dia da:

11 DE junho, DIA DA BATALHA NAVAL DE RIACHUELO

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Juiz homologa primeira delação premiada da Operação Lava Jato

24/09/2014 15h17
Brasília
André Richter - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, homologou hoje (24) o primeiro acordo de delação premiada da investigação da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O acordo foi feito entre a defesa de Luccas Pace Júnior, acusado de crimes financeiros e lavagem de dinheiro, e o Ministério Público Federal (MPF). O conteúdo da delação está em segredo de Justiça. 

De acordo com a investigação, Luccas era subordinado a Nelma Kodama, considerada pelo Ministério Público líder do grupo criminoso que operava no mercado negro de câmbio por meio de empresas fantasmas.

O próximo acordo de delação a ser homologado deve ser o depoimento em que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, cita nomes de políticos favorecidos com propinas no esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato. Por envolver pessoas com foro privilegiado, a homologação terá de ser avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Ontem (23), integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras reuniram-se com o presidente do Supremo, ministro Ricardo Lewandowski, para pedir acesso ao depoimento de Costa.  Segundo o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB),  o depoimento ainda não foi homologado e, por isso, não pode ser repassado à CPMI.

Fonte: Agência Brasil

Depois de ultimato, jihadistas exibem vídeo de decapitação de francês

24/09/2014 15h15
Argel
Da Agência Lusa


Um grupo jihadista ligado ao Estado Islâmico divulgou hoje (24) na internet um vídeo da execução de um cidadão francês, raptado no domingo (21) na Argélia, depois que expirou um ultimato de 24 horas dado ao governo francês.

O vídeo, intitulado Mensagem de Sangue para o Governo Francês, mostra imagens do presidente francês, François Hollande, na conferência de imprensa em que anunciou a participação da França nos ataques contra o Estado Islâmico no Iraque, seguidas de imagens do refém ajoelhado e com as mãos atrás das costas, rodeado por quatro homens armados.

Um dos homens lê, em seguida, uma mensagem na qual critica a intervenção dos "criminosos cruzados franceses" contra os muçulmanos na Argélia, no Mali e no Iraque. Surgem depois imagens de um dos jihadistas com a cabeça do refém e o corpo caído no solo.

Hervé Gourdel, um guia de montanha de 55 anos, foi raptado no domingo na Cabília, Nordeste do país, por integrantes de um grupo jihadista argelino, o Jund Al Khilafa (os soldados do califado), que ameaçou matá-lo se o governo francês continuasse a participar nos ataques da coligação internacional contra o Estado Islâmico no Iraque.

Um ultimato nesse sentido, feito na segunda-feira (22), expirou ontem (23) ao final do dia.

Horas antes de ser conhecida a execução de Gourdel, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, afirmou na Assembleia Nacional que a França rejeita o ultimato e continuará a lançar ataques no Iraque até que o Exército iraquiano esteja em vantagem em relação aos ‘jihadistas’.

“Vamos manter-nos envolvidos, pelo tempo que for necessário, até que o Exército iraquiano tenha recuperado a superioridade. Um perigo mortal alastra pelo Médio Oriente”, disse.


Fonte: Agência Brasil

Número de doadores de órgãos no Brasil aumentou quase 90% em seis anos

24/09/2014 15h01
Brasília
Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, lança campanha de doação de órgãos (Antonio Cruz/Agência Brasil)
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, lança campanha de doação de órgãos Antonio Cruz/Agência Brasil



























O número de doadores de órgãos no Brasil aumentou 89,7% nos últimos seis anos. Passou de 1.350, em 2008, para 2.562, em 2013. No mesmo período, o indicador nacional de doadores por milhão de habitantes subiu de 5,8 para 13,4, enquanto a fila de espera para transplante caiu de 64.774 mil para 37.736 mil (41,7%).

Dados divulgados hoje (24) pelo Ministério da Saúde apontam que, nos primeiros seis meses deste ano, o país realizou 11,4 mil transplantes. Desses, 6,6 mil foram cirurgias de córnea, 3,7 mil de órgãos sólidos (coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão) e 965 de medula óssea. Em 2013, foram realizados 23.457 transplantes.

O coordenador geral do Sistema Nacional de Transplantes, Heder Murari, sinalizou que o governo deve atingir a meta de 14 doadores por milhão de habitante até o fim do ano. Lembrou que o Brasil é o país latino-americano com maior percentual de aceitação familiar para doação de órgãos. Das famílias brasileiras com situações de morte encefálica, 56% autorizaram a retirada. Na Argentina, no Uruguai e no Chile, os índices são, respectivamente, 52,8%, 52,6% e 51,1%.

Apesar dos avanços, o ministério lançou campanha na tentativa de aumentar a adesão das famílias à doação de órgãos. O objetivo é mostrar a importância da autorização para retirada de órgãos, após a confirmação do óbito. É a família que autoriza o procedimento, quando a situação do paciente é irreversível


.

Arlita Andrade, mulher do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, atingido por um rojão durante manifestação, participa do lançamento da campanha de doação de órgãos Antonio Cruz/Agência Brasil

Durante a cerimônia, Arlita Andrade, viúva do cinegrafista da Band Santiago de Andrade, morto em fevereiro deste ano, informou que autorizou a doação dos órgãos do marido. "Apesar do meu sofrimento e da família, confirmamos a autorização assim que ele teve morte encefálica", assinalou. Acrescentou que foram doados dois rins, o fígado e as córneas do cinegrafista. "São cinco pessoas que receberam órgãos e estão vivas", comentou Arlita.

Publicitário, Paulo César Cavalcante, 58 anos, lamentou a longa espera na fila por um transplante. Após sofrer um acidente de carro e passar por uma transfusão de sangue, ele soube que havia contraído hepatite C. Esperou sete anos por um fígado. “Há quatro anos, recebi o órgão que modificou minha vida completamente. Hoje, agradeço demais às famílias do meu doador. Voltei a ser o que era. Jogo futebol, pratico jiu-jitsu e tenho um fígado novo”.

Para reforçar a campanha, o governo também desenvolveu um aplicativo que fará interface com o Facebook e notificará familiares no momento em que o usuário da rede social se declarar doador de órgãos. O internauta pode, ainda, adicionar à foto do perfil um laço verde, símbolo mundial da doação de órgãos.

Qualquer pessoa que concorde com a doação pode ser doador, desde que o procedimento não prejudique sua saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, da medula óssea ou do pulmão. No caso de doadores falecidos, é preciso constatar a morte encefálica. O ministério ressaltou que a doação de órgãos só ocorre com a autorização da família.

Fonte: Agência Brasil

Servidores do Judiciário em São Paulo cobram reposição salarial

24/09/2014 14h01
São Paulo
Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil Edição: Nádia Franco
Servidores do Judiciário Federal no estado de São Paulo participaram hoje (24), em frente ao prédio do Tribunal Regional Eleitoral, de ato público como parte do chamado Apagão do Judiciário, mobiliação nacional para cobrar reposição salarial e corrigir uma defasagem, que, segundo a categoria, esté em torno de 56%, acumulada durante oito anos.

De acordo com a assessoria do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo (Sintrajud), a ideia é fazer 24 horas de paralisação para pressionar o governo a fazer o reajuste. Agora à tarde, os trabalhadores decidem, em assembleia, os rumos da mobilização. Há possibilidade inclusive de greve da categoria dias antes das eleições.

A mobilização é realizada simultaneamente em Belo Horizonte, Salvador, Curitiba e no Rio Grande do Sul.

Com a paralisação, ficariam interrompidas atividades como a instalação de softwares com as informações dos candidatos nas urnas eletrônicas e a análise de candidatos que estão com pendências na Justiça Eleitoral.

Segundo o coordenador geral da Confederação Nacional dos Servidores do Judiciário Federal, Adilson Rodrigues, os trabalhadores querem negociação imediata devido ao congelamento dos salários. “O Judiciário encaminhou ao governo proposta orçamentária para pagar essa reposição inflacionária, mas a presidenta Dilma Rousseff cortou o orçamento do Judiciário. Queremos a reversão desse corte e respeito à autonomia e independência do Judiciário”, disse Rodrigues.

A assessoria de imprensa do TRE informou que, por enquanto, o tribunal não vai falar sobre o assunto.

Fonte: Agência Brasil

Banco Central diz que atua no câmbio "sempre que julga necessário"

24/09/2014 13h54
Banco Central, câmbio,
Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger
O Banco Central (BC) atua no mercado de câmbio "sempre que julga necessário" para reduzir fortes oscilações (volatilidade), dar fluidez e assegurar o funcionamento do segmento, disse hoje (24) o chefe do Departamento Econômico da autarquia, Tulio Maciel. Apesar disso, Maciel enfatizou que o câmbio no Brasil é "flutuante", ou seja: é definido pelo mercado.

Ontem (23) à noite, depois que o dólar ultrapassou a barreira de R$ 2,40, o BC anunciou para hoje o aumento da oferta de contratos de swap cambial, que equivalem à venda da moeda no mercado futuro. O BC decidiu ofertar 15 mil contratos (US$ 750 milhões) para renovar os que venceriam no início de outubro. Anteriormente, o BC estava anunciando a rolagem de 6 mil contratos, por dia. Além da rolagem, o BC mantém a venda diária de 4 mil contratos (US$ 200 milhões).

O dólar subiu 0,53% e fechou o dia de ontem cotado a R$ 2,407 para venda, o maior valor de fechamento desde o dia 12 de fevereiro, quando a moeda norte-americana encerrou o dia valendo R$ 2,423.

Hoje, o BC também informou que o saldo de entrada e saída de dólares do país, fluxo cambial, ficou positivo em US$ 4,293 bilhões, neste mês, até o dia 22. O fluxo comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) foi responsável pelo saldo de US$ 1,248 bilhão e o financeiro, por US$ 3,045 bilhões. 

Fonte: Agência Brasil

Rio seleciona produtores de cinema para participar do Rotterdam Lab, na Holanda

24/09/2014 13h31
Rio de Janeiro
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição: Davi Oliveira
Foi publicado hoje (24), no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, edital para participação de produtores, produtores executivos ou diretores de produção cinematográficos fluminenses em início de carreira  no Laboratório do Festival Internacional de Cinema de Roterdã (Rotterdam Lab), que ocorrerá entre 21 de janeiro e 1º de fevereiro de 2015, na Holanda. Ao final do processo, serão selecionados dois vencedores.

O superintendente do Audiovisual da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, Felipe Lopes, disse à Agência Brasil que poderão participar do edital produtores que tenham projetos de longa-metragem. Lopes advertiu, porém, que a inscrição é aberta a produtores de um ou dois longas  ou, pelo menos de três curtas ou médias metragens que tenham sido exibidos em cinemas, “seja em festivais ou em circuito comercial”.

Os produtores escolhidos terão passagem aérea, cinco diárias fornecidas pelo festival e credencial para participar do laboratório do evento, o Rotterdam Lab, e do CineMart, um espaço onde terão reuniões com representantes do mercado audiovisual internacional. Essa é a quarta edição do edital. Ele foi lançado pela primeira vez em 2010.

O superintendente do Audiovisual esclareceu que o principal objetivo do intercâmbio é conseguir parcerias internacionais para a produção cinematográfica fluminense.  “A gente, no audiovisual, tem diversos produtos que são feitos por meio de coproduções  do Brasil com outros países”.

Lopes confirmou que, além de participar do Rotterdam Lab, o produtor iniciante terá chance de ter acesso ao mercado externo por meio do CineMart. Lopes disse que o laboratório do festival oferece capacitação e aperfeiçoamento na gestão aos profissionais que integram a cadeia produtiva. “Além disso, ele estimula e promove o intercâmbio cultural, possibilita que esses projetos que os produtores estão levando sejam feitos em coprodução. Não ser só um filme brasileiro, mas ter  parceria  com a Holanda e com outros países que participam do festival, como a França, a Alemanha e a Nova Zelândia, por exemplo”.

Ele lembrou o caso da produtora executiva Daniela Santos, que participou do Rotterdam Lab 2011 com o filme Elena, que depois ganhou circulação em festivais internacionais de forma significativa. “A gente tem certeza de que a participação em mercados e laboratórios como esse é fundamental para estabelecer esse network [rede de contatos] profissional e internacional”, indicou Felipe Lopes.

As inscrições podem ser feitas a partir de hoje somente pela internet,  no endereço www.cultura.rj.gov.br, e serão encerradas no dia 22 de outubro.

Fonte: Agência Brasil

SP: vagas na indústria de transformação da região metropolitana crescem 2,4%

24/09/2014 13h30
24/09/2014 13h50
São Paulo
Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil Edição: Nádia Franco
indústria
indústria emprega 1,632 milhão de pessoas na região metropolitana de São PauloArquivo/Agência Brasil

A indústria da transformação foi o setor que mais abriu postos de trabalho na região metropolitana de São Paulo (SP) em agosto deste ano, na comparação com o mês anterior. O nível de ocupação na área aumentou 2,4%, com a geração de 39 mil novas vagas, revela a Pesquisa de Emprego e Desemprego do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socieconômicos (Dieese) e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

De acordo com a pesquisa, o setor de serviços manteve-se relativamente estável, com criação de 11 mil postos. Houve redução na construção, com eliminação de 20 mil vagas; e no comércio, que deixou de ofertar 9 mil vagas.

“A indústria é que mais vem sofrendo com essa semiestagnação da economia brasileira. O futuro ainda é meio incerto, mas, de qualquer forma, houve forte redução [da empregabilidade] no primeiro trimestre, seguida por relativa estabilidade e por importante recuperação de julho para agosto, que repete o movimento das curvas dos anos anteriores”, disse o economista Alexandre Loloian, coordenador de Análise da pesquisa.

Para ele, o crescimento pode estar relacionado às medidas de estímulo ao retorno do crédito anunciadas pelo governo federal. A indústria emprega 1,632 milhão de pessoas na região metropolitana de São Paulo.

Em termos gerais, a pesquisa mostra que a taxa de desemprego manteve-se em relativa estabilidade em São Paulo no mês de agosto, variando de 11,4% em julho para 11,3%. O total de desempregados passou de 1,257 milhão para 1,245 milhão. Na comparação com agosto do ano passado, o número de desempregados estava em 1,131 milhão. É o quinto mês em que a taxa se mantém estável.

Loloian estima que o número de desocupados deve diminuir no último trimestre do ano. “É sazonal, a redução da taxa a partir do segundo semestre. Esse movimento [de queda] está atrasado, mas vamos esperar que a partir de setembro, a taxa volte a ter esse comportamento que é comum.”

O número de assalariados aumentou 1% no último mês. No setor privado, houve crescimento de 0,9% no número de pessoas com carteira assinada no setor privado. O contingente de trabalhadores que não têm registro ficou estável. Quanto ao rendimento médio real dos ocupados, que inclui também os que não têm vínculo empregatício, houve queda de 0,6%, na comparação entre junho e julho. Considerando-se apenas os assalariados, o rendimento aumentou 0,9%, representando um valor de R$ 1.904.

Fonte: Agência Brasil

Atividade na indústria da construção cai em agosto, mostra CNI

24/09/2014 13h29
Brasília
Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil Edição: Talita Cavalcante
Emprego na construção civil
Atividade na indústria da construção cai em agosto, mostra CNI Arquivo/Agência Brasil

Levantamento divulgado hoje (24) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) confirma a tendência de queda do nível de atividade no setor de construção civil. No mês de agosto, segundo a Sondagem Indústria da Construção, a utilização da capacidade de operação do setor recuou para 67% – 2 pontos percentuais a menos na comparação tanto com julho deste ano quanto com agosto de 2013.

Além disso, o nível de atividade na indústria da construção recuou para 43 pontos, ante os 44,9 pontos registrados em julho e aos 47 pontos registrados em agosto de 2013. Já o indicador de número de empregados no setor ficou em 43,5 pontos em agosto. Em julho passado, o índice estava em 44,2 pontos e em agosto de 2013, em 46,3 pontos.

Os valores apresentados pela sondagem variam de 0 a 100 pontos. Quando abaixo de 50 pontos, os indicadores expressam projeções negativas do empresariado. Essas quedas ocorrem após o setor ter vivido um boom entre 2010 e 2012, devido aos estímulos feitos pelo governo federal por meio de programas como o Minha Casa, Minha Vida e o de Aceleração do Crescimento.

De acordo com a CNI, os dois indicadores – nível de atividade e número de empregados – tornam mais intenso o “quadro de retração” do setor. A situação acabou resultando na queda de 2 pontos do nível de utilização da capacidade de operação, que ficou em 67%.

Para os próximos seis meses, as perspectivas também são negativas, apresentando expectativas de queda em todos os indicadores, segundo a CNI. O indicador de expectativa de novos empreendimentos e serviços ficou em 48,5 pontos, o de nível de atividade caiu para 48,4 pontos e o de número de empregados recuou para 47,7 pontos. “Todos os indicadores ficaram abaixo de 50 pontos”, ressaltou o economista da CNI Marcelo Azevedo. “O setor viveu um momento fabuloso durante muito tempo. No entanto aumentou muito os custos das empresas, principalmente com a mão de obra”, destacou ele.

Segundo o economista, o baixo desemprego no país está entre os fatores que acabam aumentando esse custo para o setor. “Isso não seria problema se houvesse também aumento de produtividade. Outro grande problema – este mais relacionado à qualificação dó trabalhador – é a alta rotatividade, natural no setor, e a baixa qualidade da educação básica do trabalhador. O esforço e o custo para treiná-lo ficam maiores, tanto para a empresa quanto para o trabalhador, que precisa se esforçar ainda mais [para conseguir melhorar sua qualificação]”.

Porém, como a indústria já está reduzindo seus quadros, esse problema de falta de trabalhador qualificado vai diminuir, “perdendo, então, importância para outros problemas, como a falta de demanda decorrente da incerteza no mercado”.

“Incerteza é algo muito prejudicial ao mercado. E um fator que amplia essa incerteza é o período eleitoral, quando são inevitáveis discussões sobre mudanças de rumos”, disse ele. “Mas não temos ainda como precisar o peso do período eleitoral tem para a pesquisa. O que sabemos é que, antes, já havia indicativos de desaquecimento, e que ele foi potencializado ainda mais por estarmos em período eleitoral”, explicou.

A pesquisa Sondagem Indústria da Construção foi feita entre 1º e 10 de setembro com 604 empresas, das quais são 202 pequenas, 257, médias e 145, de grande porte.

Fonte: Agência Brasil

População de Itu pede a prefeito para decretar estado de calamidade

24/09/2014 13h02
São Paulo
Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso
Depois de uma manifestação na tarde da última segunda-feira (22), em razão da falta de água que a cidade enfrenta há quase um ano, moradores de Itu, no interior paulista, esperam uma resposta da prefeitura, que já recebeu determinação do Ministério Público para decretar estado de calamidade pública. O protesto, em frente à Câmara Municipal, terminou em tumulto, com alguns participantes arremessando ovos, tomates e pedras contra o prédio. A polícia respondeu com bombas de efeito moral.

Em nota, a prefeitura informou que avalia positivamente os manifestos pacíficos, enquanto exercícios da cidadania e de expressão de opinião, característicos de um regime democrático. Entretanto, lamenta atitudes de depredação e de vandalismo. Salientou que, mesmo antes da manifestação, a administração municipal já havia tomado medidas possíveis para enfrentar a situação da falta de água na cidade.

Entre as ações, está a exigência à empresa concessionária da obra da Adutora Mombaça, que terá vazão de aproximadamente 280 litros de água por segundo. Conforme previsões da concessionária, a obra ficará pronta no início de 2015.

A prefeitura explicou que, para solucionar o problema, aguarda recursos dos governos estadual e federal. Em Itu, o sistema de abastecimento de água é feito por meio de concessão, ou seja, por uma empresa particular de capital próprio. A empresa Águas de Itu adiantou que não se pronunciará sobre o assunto.

Conforme  a nota, mesmo sem o emprego da calamidade pública, a prefeitura decretou a utilização de água de áreas particulares, liberação da área para a passagem de uma obra emergencial de captação (Adutora Mombaça) e cerceamento de novo consumo de água, proibindo novos loteamentos.

De acordo com a advogada e organizadora do protesto Soraia Escoura, a manifestação foi iniciada em uma rede social e cresceu, reunindo 2 mil pessoas em frente à Câmara Municipal. Segundo ela, o que motivou a população foi a falta de água há pelo menos dez meses e o racionamento declarado há oito meses. “Há quatro meses, a situação se agravou. Numerosas casas estão há quase um mês sem uma gota de água. Nas escolas não há mais merenda”, acrescentou.

Soraia explicou que, mês passado, o Ministério Público determinou que a prefeitura liberasse o fornecimento de água a cada 48 horas. No entanto, logo após o aviso, a administração apenas adotou novo esquema de rodízio. “Temos passado mais de 48 horas sem água. Por isso, resolvemos pressionar os vereadores. Eles fizeram um ofício, sem valor legal, para requerer à prefeitura a declaração do estado de calamidade na cidade”, assinalou.

Uma nova manifestação, dessa vez em frente à prefeitura, está prevista para segunda-feira (29), às 16h. A ideia é que o ato seja pacífico, sem a presença de baderneiros. “Foi um número reduzido de pessoas que promoveu a quebradeira. Sabemos quem é esse grupo e podemos garantir que a bagunça não foi orquestrada pela organização”, reforçou a advogada.

Soraia revelou, ainda, a existência de um abaixo-assinado solicitando ao Ministério Público a edição de um requerimento pedindo intervenção no município. A intenção da população é que o governo nomeie um interventor para gerenciar e investigar a falta de água. Com isso,  o prefeito perderia momentaneamente o cargo.

“Itu já tem problema de abastecimento de água há muitos anos, mas nunca chegou a esta situação. As pessoas estão pegando água de bicas ou comprando caminhões para garantir o mínimo necessário”.

Fonte: Agência Brasil

MPF/SP denuncia Eike Batista por crimes contra o mercado de capitais

24/09/2014 12h55
São Paulo
Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger
O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP) denunciou o empresário Eike Batista e sete ex-diretores do grupo de petróleo e gás OGX por terem induzido milhares de investidores ao erro. Segundo o MPF-SP, os acusados mentiram aos compradores sobre o potencial da empresa petrolífera.

“O grupo prometeu a realização de negócios bilionários em operações de extração de petróleo nas bacias de Campos e Santos. No entanto, a projeção foi baseada em dados inverídicos sobre a capacidade de exploração das reservas, o que levou à queda vertiginosa do valor das ações da companhia e causou graves prejuízos àqueles que haviam adquirido os papéis”, informa a nota do Ministério Público Federal.

A denúncia, de autoria da procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn, estima que o prejuízo gerado ao mercado entre 2010 e 2013 supere R$ 14,4 bilhões.

O empresário já responde por manipulação do mercado de capitais em ação penal movida pela Procuradoria da República no Rio de Janeiro. Caso seja condenado, Eike pode cumprir pena de quatro a 14 anos de prisão. Os outros diretores, que respondem por falsidade ideológica, indução de investidores ao erro e formação de quadrilha, podem cumprir 22 anos de prisão.

De acordo com o MPF/SP, a OGX divulgou ao mercado, de 2009 a 2013, 55 notícias favoráveis à empresa, com estimativas de extração de grande volume de gás e petróleo, o que elevou a demanda por seus ativos na Bolsa de Valores de São Paulo.

Estudos internos encomendados pela empresa, porém, mostravam a inviabilidade da exploração nessas áreas. Para o MPF/SP, a OGX escondeu essa realidade do mercado. “Apresentações e informes continuaram ressaltando êxitos relacionados às descobertas das reservas, sem menção aos dados sobre a ínfima parcela de óleo que efetivamente poderia ser extraída e comercializada”, diz o comunicado do Ministério Público Federal.

Com a suspensão de atividades em alguns poços da Bacia de Campos, as ações da OGX caíram de R$ 23,39 em outubro de 2010 para R$ 0,56 em julho de 2013. 

Fonte: Agência Brasil

Programa oferece apoio financeiro e treinamento para empresas inovadoras

24/09/2014 12h46
Brasília
Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger
O Programa Nacional de Aceleração de Startups, Start-Up Brasil, está com inscrições abertas para a seleção de mais 50 novas empresas de base tecnológica para integrarem a quarta turma da iniciativa de aceleração. Cada startup apoiada receberá R$ 200 mil em bolsas. Os selecionados também participam de eventos, recebem acompanhamento e têm a oportunidade de participar do Demo Day nacional ou internacional, que são feiras de apresentação de startups a investidores.

As empresas devem ter até quatro anos de constituição e desenvolver software, hardware e serviços de tecnologia da informação (TI), ou criar soluções que usem esses elementos em seu esforço de inovação. Até 25% das vagas serão destinadas a startups internacionais, que devem se mudar para o Brasil para receberem o apoio.

As inscrições podem ser feitas no site da Star-Up Brasil e as empresas precisam atender aos critérios dos executores do programa: o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para startups nacionais e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para startups internacionais.

Após a seleção, as empresas devem negociar com as aceleradoras qualificadas pelo programa e fechar acordo com uma delas. As empresas aceleradoras ajudam os empreendedores na consolidação do seu negócio oferecendo capacitação, coaching, treinamento, assessoria jurídica, networking, entre outros. Para a quarta turma, 12 aceleradoras foram qualificadas.

O Start-Up Brasil funciona por edições, com duração de um ano e faz duas chamadas públicas em cada edição – uma para qualificar e habilitar aceleradoras e outra para selecionar projetos startups, com duas rodadas semestrais.

A iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação integra o Programa Estratégico de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (TI Maior). A gestora operacional do programa é a Softex.

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 23 de setembro de 2014

EUA lançam ataque contra Estado Islâmico na Síria

23/09/2014 00h25
Washington
Da Agência Lusa

Os Estados Unidos e países aliados lançaram no início da noite de ontem (horário de Brasília) ataques aéreos contra os extremistas do Estado Islâmico na Síria, informou ontem (23) o Pentágono. “Posso confirmar que o Exército norte-americano e as forças das nações aliadas estão fazendo as ações militares contra os terroristas do Estado Islâmico, usando caças, bombardeiros e mísseis Tomahawk”, disse o porta-voz contra-almirante John Kirby em comunicado.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou, no dia 10 de setembro, estar pronto para lançar ataques aéreos contra o Estado Islâmico na Síria, ampliando a campanha militar que está ocorrendo contra os jihadistas no Iraque.

Barack Obama afirmou que os Estados Unidos iriam liderar uma "ampla coligação" para eliminar a ameaça que o Estado Islâmico representa, mas insistiu que não serão enviadas tropas norte-americanas para combater em território estrangeiro como parte da operação.

Fonte: Agência Brasil

Relação entre pais e filhos é tema comum no último dia da mostra competitiva

23/09/2014 00h14
Brasília
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli
Cerimônia de abertura da 47 edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Mostra competitiva do 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro terminou nesta segundaFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A relação entre pais e filhos foi o eixo que uniu os dois curta-metragens e o longa exibidos ontem (23) no último dia da mostra competitiva do 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Aplaudidos pelo público,Estátua!, La Llamada e Ela Volta na Quintalotaram em plena segunda-feira o Cine Brasília. Cada um relatou, com diferentes elementos, aspectos de relações familiares: saudade, medo, amor e as picuinhas e belezas de uma rotina em família.

Ela Volta na Quinta estreou hoje no Brasil, mas foi exibido em julho, no 25º FIDMarseille - Festival Internacional de Cinema de Marseille, na França. O longa-metragem é descrito na sinopse com uma simples frase: "Alguém partiu, alguém ficou". Palavras que encerram "a crise de um casal de terceira idade e como essa crise afeta a vida dos filhos, que estão saindo de casa, namorando, é isso", resume o direitor, André Novais Oliveira.

O filme é repleto de cenas do cotidiano, como descascar e chupar uma laranja, tirar as roupas secas do varal, ou a engraçada dificuldade em retirar uma geladeira de casa. A inspiração do diretor não poderia ser mais legítima: os próprios pais, que são também os atores do longa-metragem. "Foi uma coisa super natural, gravamos dentro de casa. Foi uma experiência muito boa para eles e para mim", diz.

Oliveira é formado em história pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) Minas e em cinema pela Escola Livre de Cinema. Ele dirigiu os curtas-metragens Uma Homenagem a Aluizio Netto, Fantasmas, Domingo e Pouco Mais de um Mês, que foram selecionados para mais de 150 festivais de cinema no Brasil e no exterior, ganhando mais de 40 prêmios.

Estátua!, com essa palavra termina o curta de mesmo nome. É uma brincadeira assustadora da qual participam uma criança de 9 anos e a babá. A babá, que está grávida de seis meses e em crise quanto a ter ou não a filha, se vê presa cuidando de uma menina, ao que tudo indica, matou os bichinhos de estimação.

"O curta tem alguns elementos do horror. Escrevi o roteiro em 2010 e deixei um pouco na gaveta, até resgatá-lo em 2012", diz a diretora, Gabriela Amaral Almeida. "É um filme especial [para mim] porque é o que eu tenho cuidado nos últimos tempos". Ela é mestre em literatura e cinema de horror e tem especialização em roteiro pela Escuela Internacional de Cine y TV de Cuba. É diretora de A Mão que Afaga, curta exibido no 45º Festival de Brasília e que recebeu vários prêmios, entre eles, o de melhor curta-metragem de ficção, melhor roteiro e melhor montagem.

La Llamada, é um trecho da vida de Lázaro Escarze, um cubano de 87 anos, que terá o seu primeiro telefone instalado. O filme, em preto e branco, emociona com a cena em que Escarze simula uma ligação para o filho, que não vê há muitos anos.

"Me doeu muito, por que você fez isso comigo? Te amo muito e não esperava isso de você. É bom para o filme, mas me dói muito", diz o protagonista do documentário ao filho de consideração, que grava a cena, após simular a chamada. O filme é de Gustavo Vinagre, diretor e roteirista que estudou cinema na Escuela Internacional de Cine y TV de Cuba e letras na Universidade de São Paulo.

Frequentador assíduo do festival, o cineasta e documentarista Vladimir Carvalho, que participa de mesas e discussões nesta edição, elogia o festival e, sobre a produção da nova geração, diz que ainda é cedo para julgar. "Entendo que há uma onda de grande inquietação criativa e uma busca. É um festival em que se busca, especialmente no plano da linguagem, mas ainda é cedo para julgar isso". Carvalho é diretor de 12 filmes, entre eles O Evangelho Segundo Teotônio(1984), O Engenho de Zé Lins (2007) e Rock Brasilia - Era de Ouro (2011).

A premiação ocorre nesta terça-feira. As equipes dos filmes exibidos nesta noite participam amanhã, às 10h, de debate no Hotel Mercure Brasília Eixo. A entrada é franca.

Fonte: Agência Brasil

Governo reúne-se com papiloscopistas mobilizados em Brasília

22/09/2014 23h08
Brasília
Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli
O presidente da Federação Nacional dos Profissionais em Papiloscopia e Identificação (Fenappi), Antônio Maciel, está otimista com as negociações com o governo em favor da sanção do projeto de lei complementar (PLC) que reconhece os papiloscopistas como peritos oficiais - PLC 78/2014. Após se encontrar com representantes do Ministério da Justiça e da Secretaria-Geral da Presidência (SG-PR), a avaliação do presidente é que o cenário é positivo para que a matéria seja sancionada sem vetos.

Cerca de 120 papiloscopistas da Polícia Federal e de polícias civis de diversos estados ficarão mobilizados em Brasília até quarta-feira, prazo final para a sanção do PLC. “A questão jurídica é que eles vão aguardar agora o parecer. Ficou pendente só isso”, disse.

No final da tarde, os defensores da proposta reuniram-se com membros da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça. No Palácio do Planalto, o chefe da assessoria especial da SG, Delcimar Pires Martins, recebeu a demanda e vai encaminhá-la à Casa Civil e ao gabinete da Presidência.

“O fato de a gente ter sido recebidos já é um sinal positivo. Demonstra que a Casa Civil já tem um entendimento e que caminha para resolver esse problema que não é [somente] da nossa categoria. Eu acho que eles sentiram que existe uma necessidade de resolver o problema”, diz Maciel.

Fonte: Agência Brasil

Rio lança documento para garantir mais qualidade em projetos cicloviários

22/09/2014 22h57
Rio de Janeiro
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli
A prefeitura do Rio lançou hoje (22), durante o 4º Fórum Internacional da Mobilidade por Bicicleta - biciRio 2014, o Caderno de Engargos, que faz parte das ações que compõem a política de incentivo ao uso da bicicleta como meio de transportes no Rio. A intenção do documento é definir padrões para a elaboração e execução de projetos cicloviários com boa qualidade e segurança ao ciclista.

O documento foi elaborado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente por meio da Gerência de Programa Cicloviário da secretaria, o GT Ciclovia, incluindo a participação de integrantes de órgãos municipais e representantes da sociedade civil, como a Associação Transporte Ativo  e o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento.

Para a secretaria, com as orientações do Caderno de Engargos será possível estabelecer dimensões e sinalizações e indicar os materiais apropriados. A elaboração do documento faz parte do Programa Rio, Capital da Bicicleta, que incentiva o uso da bicicleta como importante meio complementar aos transportes de massa para pequenas e médias distâncias. Segundo a administração municipal, o Rio tem a maior malha cicloviária do país, com 371 quilômetros de extensão.

Amanhã, a programação do 4º Fórum Internacional da Mobilidade por Bicicleta - biciRio 2014, que integra a Semana do Dia Mundial Sem Carro, prevê debates com a participação de especialistas estrangeiros e nacionais. Em discussão estará o desafio da mobilidade urbana e a consolidação da Política de Incentivo ao Uso de Bicicletas nas Cidades.

O desenvolvimento de projetos de bicicletas públicas que se espalharam pelo Brasil e a integração do transporte com o metrô também serão analisados. Uma das convidadas para as palestras é a ex-secretária de Transportes da cidade de Nova York e atual  diretora de Transportes da Bloomberg Associates, Janette Sadik-Khan.

A programação do encontro começou ontem (21) com o tradicional passeio de bicicleta no Aterro do Flamengo e hoje houve um passeio técnico pelas ruas de Copacabana, na zona sul do Rio.



Fonte: Agência Brasil

Polícia do Rio prende a traficante internacional Morena do Pó

22/09/2014 22h33
Rio de Janeiro
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro
A polícia do Rio de Janeiro prendeu hoje (22) a líder de uma quadrilha de tráfico internacional de drogas e armamento, que atuava no Rio, em São Paulo, Minas Gerais e em Ponta Porã (MS), que faz fronteira, no Paraguai, com a cidade de Pedro Juan Caballero. A prisão de Patrícia Fernandes Pereira Campos Oliveira, conhecida como Morena do Pó, ou Pati, foi feita por policiais da 45ª Delegacia de Polícia (Complexo do Alemão), em uma casa de veraneio em Araruama, na Região dos Lagos. De acordo com a polícia, Patrícia fornecia armamento e drogas, principalmente, para as comunidades do Chapéu Mangueira, no Leme, e do Morro Dona Marta, em Botafogo, as duas na zona sul do Rio.

A polícia informou que Patrícia também era apontada como maior fornecedora de armas e drogas dos traficantes Márcio José Sabino Pereira - o Matemático (morto) - e Nei da Conceição Cruz - o Facão (preso). Ela é irmã do criminoso Marcello Fernandes Campos Oliveira, o Magaiver. Ele cumpre pena na Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, no Complexo de Gericinó, na zona norte, por sequestro e assalto.

Conforme a polícia, Patrícia irá responder pelo crime de importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. A definição do crime está incluída no Artigo 334 do Código Penal.


Fonte: Agência Brasil

Projeto EnCine incentiva cineclubes nas escolas do Distrito Federal

22/09/2014 22h1623/09/2014 07h15
Brasília
Michèlle Canes - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro
Para que a atividade dos cineclubes seja fortalecida nas escolas do Distrito Federal (DF), as secretarias de Cultura e Educação assinaram hoje (22) portaria conjunta de lançamento do Projeto EnCine, aproveitando o clima do 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O projeto tem R$ 625 mil para o financiamento de equipamento, treinamento de alunos e professores, além de quitar gastos já feitos com a montagem de salas de projeção em escolas que recebem as mostras competitivas do festival.

Hoje, 77 escolas do DF têm equipamentos instalados. Viviane Calasans, educadora e integrante da União de Cineclubes do DF (UCDF), diz que teve oportunidade de receber treinamento durante um projeto do qual fez parte, em 2010. Levou o cineclube para dentro da escola onde trabalhava e viu, na prática, o resultado com os alunos. Para ela, unir o audiovisual e o conteúdo escolar facilita a transmissão das matérias e desperta o interesse dos alunos.

“Eles ficam mais críticos, buscam fazer as atividades de forma diferenciada. Abre o olhar deles”, conta. Mas  quem viu o que deu certo, traz também a preocupação com o que pode acontecer, sem apoio. “A questão da continuidade é uma preocupação. Na escola que eu trabalhava, foram formados dois educadores. Nós saímos. Quem ficou? É um projeto importante. O aluno sente falta”, e espero que o projeto seja uma oportunidade para a continuidade.

Ana Arruda, integrante do Projeto EnCine, explica que 20 escolas, em diferentes regiões administrativas do DF, serão escolhidas inicialmente. Para que a continuidade seja possível, os alunos também serão formados. “Quando o estudante é protagonista, ele mobiliza não só a comunidade escolar, mas torna o ambiente da escola em um ambiente de empoderamento. O estudante não está na posição passiva de receber conteúdo, mas de discutir cinema, o cotidiano, a comunidade dele. Ele é protagonista”, destaca.

Os alunos que farão parte do projeto receberão treinamento, tanto de história do cinema nacional, mundial e local, como questões técnicas para lidar com máquinas e o material dos cineclubes. Além disso, será feito reconhecimento da realidade da comunidade em que as crianças e jovens vivem. “Teremos uma oficina de mapeamento da própria comunidade para eles entenderem como o cineclube pode contribuir para a comunidade local”, explica Ana Arruda.

O secretário de Cultura, Hamilton Pereira, ressaltou que a rede pública é um meio importante para pulverizar a cultura de formação. “A portaria que nós assinamos hoje abre espaço para consolidar a parceria entre a política pública de cultura e as políticas educacionais, e busca o apoio da sociedade, por meio da organização dos cineclubes, para fazer com que o audiovisual brasileiro se aproxime do seu público no melhor momento, que é o da infância e da juventude”, acredita.

O secretário de Educação, Marcelo Aguiar, que também assinou o documento, conta que o trabalho nas escolas vai além de exibições de filmes. “Toda essa ação será incluída no projeto pedagógico da escola. Discussão em sala de aula, o desenvolvimento de trabalho com os alunos, no sentido de criar uma cultura cineclubista na escola, de respeito ao audiovisual e de conhecimento da produção nacional”, sintetizou.




Fonte: Agência Brasil

Lewandowski é o quinto presidente do STF a assumir a Presidência

22/09/2014 21h45
Brasília
André Richter – Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, será o quinto ministro  da Corte a assumir a Presidência da República. Com a viagem da presidenta Dilma Rousseff a Nova Iorque, ele ficará no cargo interinamente até quarta-feira (24).

De acordo com a Constituição Federal, o presidente do STF é um dos substitutos eventuais do chefe do Poder Executivo. O primeiro a exercer o cargo foi o ministro José Linhares, que ocupou a vaga interinamente do dia 29 de outubro de 1945 a 31 da janeiro de 1946. Moreira Alves e Octávio Gallotti ficaram no cargo durante quatro dias em julho de 1986 e agosto de 1994, respectivamente. O ministro Marco Aurélio, que ainda está no Supremo, ocupou a Presidência da República durante cinco vezes em 2002.

No dia 10 de setembro, Lewandowski tomou posse no cargo de presidente do Supremo para um mandato de dois anos. Ele entrou na vaga deixada pelo ex-ministro Joaquim Barbosa, que aposentou–se no início de julho. Com a posse, o ministro também assume a presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

Nascido no Rio de Janeiro, Lewandowski tem 66 anos e foi nomeado para o STF pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. Ele formou-se em direito pela Universidade de São Paulo (USP).

Fonte: Agência Brasil

MPF denuncia Ustra por morte de jornalista na ditadura militar

22/09/2014 21h46
São Paulo
Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro
O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP) denunciou hoje (22) três militares pela morte do jornalista e militante político Luiz Eduardo da Rocha Merlino, morto em julho de 1971, durante o regime militar. Foram denunciados, por homicídio doloso qualificado, o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, o delegado da Polícia Civil Dirceu Gravina [ainda em exercício] e o servidor aposentado Aparecido Laertes Calandra. Além deles, o MPF também denunciou, por falsidade ideológica, o médico-legista Abeylard de Queiroz Orsini, que assinou os laudos sobre o óbito de Merlino. A Justiça de São Paulo ainda vai se pronunciar se aceita a denúncia.

Integrante do Partido Operário Comunista à época, Merlino foi preso em 15 de julho de 1971, em Santos, e levado para a sede do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). Lá, ele foi torturado por cerca de 24 horas e morto quatro dias depois. Para a família de Merlino, o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra foi quem ordenou as sessões de tortura que o levaram à morte. Ustra foi comandante do DOI-Codi em São Paulo, um dos maiores centros de repressão durante a ditadura militar.

A família de Merlino moveu uma ação por danos morais contra Ustra. Na decisão de primeira instância, o coronel Ustra foi condenado a indenizar a família em R$ 100 mil por ter participado e comandado sessões de tortura que mataram o jornalista. A defesa de Ustra recorreu da ação.

A versão de Ustra sobre o caso, segundo o MPF, é que Merlino teria se atirado sob um carro durante tentativa de fuga. “Para tornar a história verossímil, Ustra mandou que um caminhão a serviço das forças de repressão passasse por cima do corpo de Merlino e deixasse marcas de pneus”, sustenta o MPF.

No Instituto Médico-Legal, o médico legista Orsini endossou a versão de Ustra ao assinar o laudo sobre a morte e omitiu as agressões sofridas pelo jornalista nas sessões de tortura. Na década de 1990, peritos revelaram inconsistência no laudo de Orsini.

Além da condenação dos denunciados, o Ministério Público quer também que eles percam seus cargos públicos ou suas aposentadorias e que suas penas sejam aumentadas por uma série de agravantes: motivo torpe para a morte, emprego de tortura, abuso de poder e prática de crime para ocultação e impunidade de outro.

Procurado pela Agência Brasil, o advogado Paulo Esteves, que defende Ustra, disse que vai esperar o pronunciamento da Justiça, mas já informou que caso a Justiça aceite a denúncia contra seu cliente fará a defesa com base na Lei da Anistia. Para os procuradores, no entanto, não se pode falar em prescrição ou anistia neste caso. “Os delitos foram cometidos em contexto de ataque sistemático e generalizado à população, em razão da ditadura militar, com pleno conhecimento do ataque, o que os qualifica como crimes contra a humanidade, portanto, imprescritíveis e impassíveis de anistia”, diz a denúncia.

Para Ângela Mendes de Almeida, que foi companheira de Merlino, a denúncia feita pelo MPF pode desencadear uma série de outras ações, por outras mortes de militantes, ocorridas durante o regime militar. "Acho esta uma ação muito importante, porque esses crimes não podem ficar impunes", disse ela.

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Equipe econômica reduz pela metade previsão de crescimento do PIB

22/09/2014 18h06
Brasília
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil Edição: Juliana Andrade
Pelo terceiro bimestre seguido, a equipe econômica reduziu a previsão oficial de crescimento da economia. Segundo o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, divulgado a cada dois meses pelo Ministério do Planejamento, a estimativa de aumento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) caiu de 1,8% para 0,9%.

A estimativa para a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi mantida em 6,2%. Apesar da alta do dólar, o relatório prevê que a taxa média de câmbio fechará 2014 em R$ 2,29, sem mudança em relação ao documento anterior.

Apesar de o relatório ser divulgado pelo Ministério do Planejamento, as estimativas para a economia são de autoria da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Os parâmetros são usados para projetar as receitas e as despesas do governo nos próximos meses.

Mesmo com a queda do PIB, as projeções para a economia continuam mais otimistas que as do mercado financeiro. Segundo a última edição do boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada toda semana pelo Banco Central, os analistas de mercado acreditam que o PIB crescerá apenas 0,3% em 2014 e que o IPCA encerrará o ano em 6,3%.

Fonte: Agência Brasil

Eletronuclear confirma aumento do orçamento de Angra 3 em R$ 1,6 bilhão

22/09/2014 17h46
Rio de Janeiro
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso
Em nota divulgada hoje (22), a Eletronuclear, estatal que administra a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense, esclareceu que o orçamento para construção da Usina Nuclear Angra 3 aumentou R$ 1,6 bilhão, em relação ao valor original, e não R$ 4 bilhões, como noticiado pela imprensa.

O orçamento foi reajustado em 13%, “com base na última inspeção de monitoramento do Tribunal de Contas da União (TCU), e hoje está fixado em R$ 13,9 bilhões”, diz a nota.

Conforme a Eletronuclear, o orçamento original, de R$ 10 bilhões, foi corrigido monetariamente em 27%, com base em uma cesta de índices aplicáveis aos bens e serviços nacionais nos últimos quatro anos, e em 16%, de acordo com variação cambial euro/real do mesmo período. Isso elevou o orçamento para conclusão da usina de R$ 10 bilhões para R$ 12,3 bilhões.

“Logo, a elevação efetiva dos custos é R$ 1,6 bilhão (R$ 13,9 bilhões menos R$ 12,3 bilhões), ou seja, 13% acima do orçamento original”, sustenta a nota.

A estatal informa que 80% dessa revisão do valor decorre da alta de custos de bens e serviços adquiridos no exterior, enquanto os 20% restantes se referem à elevação de bens e serviços nacionais.

Ainda de acordo com a Eletronuclear, o valor de R$ 4 bilhões, citado pela imprensa como equivalente a 40% acima do orçamento original, “é nominal e está baseado em valores monetários referentes a bases históricas distintas, o que distorce a realidade econômico-financeira do empreendimento”. 

Fonte: Agência Brasil

Levy Fidelix diz que vai desonerar remédios e cesta básica

22/09/2014 17h40
Brasília
Da Agência Brasil Edição: Carolina Pimentel
banner_eleições


O candidato à Presidência da República pelo PRTB, Levy Fidelix, disse hoje (22) que pretende desonerar itens da cesta básica e remédios, além de subsidiar a educação para a juventude. Segundo a assessoria de comunicação do candidato, Fidelix tratou dos assuntos em coletiva à imprensa em Maceió, capital alagoana, onde cumpre agenda de campanha.

“É um absurdo que a população, hoje, tenha que pagar tão caro para se alimentar. Minha ideia é desonerar pelo menos dez produtos da cesta básica do brasileiro”, disse. O candidato defendeu ainda que remédios essenciais, como os para tratamento de câncer, sejam desonerados.

Levy Fidelix declarou também que pretende criar o Banco da Juventude, para ajudar a financiar a educação para os jovens. “Iremos tirá-lo das drogas e colocá-lo no bom caminho. Este jovem irá trabalhar e constituir uma família”.

Por fim, Fidelix disse que a principal pauta de sua campanha é a mobilidade urbana. “Mas antes disso, precisamos realizar uma reforma bancária e financeira no país. O que o brasileiro gasta com impostos é absurdo”, declarou.

Fonte: Agência Brasil

Mutirão do Into faz 120 operações de joelho nesta semana para diminuir fila

22/09/2014 17h27
Rio de Janeiro
Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro
Um mutirão de médicos do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), no Rio de Janeiro, vai operar, até sexta-feira (26), 120 pacientes que necessitam de procedimentos de média e alta complexidade no joelho, como artrose, artrites, lesões e deformidades que comprometem a função normal do joelho. Dentre as cirurgias já confirmadas estão as de artroplastia, osteotomia e de reconstrução de ligamentos.

Este é o 19º mutirão de cirurgia do Into, desde o ano passado, para tentar diminuir a fila de cirurgias de cerca de 14 mil pessoas em todo o país. O vice-diretor do Into e especialista em joelho, Naasson Cavanellas, explicou que as cirurgias de joelho são as mais procuradas.

“Hoje a maior fila é a de artroplastia de joelho [que substitui articulações com artrose por uma prótese]. São cerca de 2 mil pessoas", explicou ele, e acrescentou que “existe uma demanda natural no mundo para esse tipo de cirurgia, por ser de alta complexidade e porque as pessoas têm vivido mais e querem ter maior qualidade de vida”. Ele comentou também que o avanço da tecnologia tem possibilitado bons resultados com tais cirurgias.

Cavanellas acredita que filas como a da artroplastia tendem a crescer, não apenas pelo aumento da população idosa, como também pelo fato de o Into ser referência no território nacional. “Entre fazer uma cirurgia complexa com um médico desconhecido, em um hospital talvez não tão bem aparelhado, ele [paciente] prefere esperar para ser atendido aqui”, argumentou.

Apesar da longa espera, que pode demorar meses e até anos em alguns casos, o médico ressaltou que o número de cirurgias, em 2013, foi 42% maior do que em 2012, quando a fila de espera chegava a 21 mil pessoas. De janeiro de 2013 até agosto deste ano foram feitas 13.987 cirurgias pela equipe do Into - 5,2 mil só neste ano.

O recadastramento e a revisão administrativa e assistencial de pacientes da lista de espera, além das parcerias com unidades de saúde com serviço de ortopedia, como os hospitais estaduais da Criança e Dona Lindu, no Rio de Janeiro, possibilitaram essa redução.

“A maioria dos pacientes são idosos com diagnóstico de artrose, doença que causa o desgaste da articulação, provocando dor, inchaço e rigidez. A cirurgia restaura a função do joelho e alivia a dor, permitindo que a pessoa retorne às suas atividades diárias. Os pacientes passam ainda por tratamento de fisioterapia para ajudar na reabilitação”, explicou.

O Centro de Cirurgia de Joelho faz aproximadamente mil consultas e 120 procedimentos cirúrgicos por mês. Em 2013 fez 1.524 cirurgias, número recorde anual, sendo a maior parte de artroplastia total primária (primeira prótese de joelho) e para substituir a articulação por prótese.

No mês passado, a Defensoria Pública exigiu na Justiça que a União apresente, em 160 dias, um plano para reduzir a fila de espera do Into.

A assessoria do Into explicou que o instituto vem cumprindo as solicitações da Defensoria Pública, e adiantou que medidas já vinham sendo tomadas antes da exigência judicial, cujas ações estão sendo acompanhadas pelo Ministério Público Federal e pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus) do Ministério da Saúde.

Fonte: Agência Brasil

Projeto comemora reintrodução de cutias na floresta da Tijuca

22/09/2014 17h25
Rio de Janeiro
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

Projeto de reintrodução de cutias originárias do Campo de Santana, centro do Rio, no Parque Nacional da Tijuca completa cinco anos e celebra a reprodução, nesse habitat, desse animal (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Projeto de reintrodução de cutias originárias do Campo de Santana, centro do Rio, no Parque Nacional da Tijuca completa cinco anos e celebra a reprodução desse animal Tomaz Silva/Agência Brasil






























O projeto de reintrodução de cutias originárias do Campo de Santana, centro do Rio de Janeiro, no Parque Nacional da Tijuca completa cinco anos e celebra a reprodução, nesse habitat, desse animal da espécie de roedores, alguns já na terceira geração. 

Chefe do parque, o biólogo Ernesto Viveiros de Castro explicou que, após serem capturados no Campo de Santana, os animais são examinados para atestar que estão saudáveis, passam por um período de aclimatação e são soltos gradualmente. “Eles ficam em um cercado no parque, onde recebem alimento e água durante o tempo de aclimatação. Depois, a gente abre o cercado, mas continua com algum suplemento alimentar até que se adaptem totalmente à liberdade”, ressaltou.

Castro observa que reinseri-las na natureza é importante para reconstituir processos naturais em uma floresta. “A cutia tem papel fundamental como dispersora de sementes. Como ela costuma enterrá-las para uso posterior, desperta espécies que dependem desse procedimento para permanecerem na área", comentou o biólogo.

Desde 2009, foram soltos na floresta da Tijuca aproximadamente 20 cutias e hoje já são cerca de 40. “A população cresce e se reproduz. De fato, estamos estabelecendo uma população aqui”, disse Castro. Acrescentou que a ideia é, ao mesmo tempo, reintroduzir mais animais e ampliar a área.

Livres nas florestas, algumas espécies de cutias recebem colares de radiofrequência. Elas também são monitorados por meio de câmeras fotográficas. Conforme o chefe do parque, o ovjetivo é criar uma população viável no longo prazo. O número ideal ainda depende de estudos. Esses roedores são de pequeno porte e vivem, em média, até cinco anos.

Responsável pelo projeto na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a bióloga Alexandra Pires, do Departamento de Ciências Ambientais do Instituto de Florestas, entende que a iniciativa deve continuar, porque acabou gerando um projeto maior, que é a reintrodução de fauna no Rio de Janeiro. 

O próximo passo é a reinserção, a partir de 2015, de bugios (tipo de macaco) no Parque Nacional da Tijuca. Posteriormente, o trabalho será de reinclusão de antas em todo o estado do Rio de Janeiro, principalmente no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, região serrana fluminense. 

Alexandra informou que os bugios serão retirados de criadouros particulares, autorizados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro. “Nossa preocupação genética é grande, porque tem de ser da mesma espécie". Em geral, são animais da natureza, atropelados ou apreendidos de caçadores e que se encontram em centros de triagem. Ela acredita que, nessa nova fase, o número de parceiros aumentará. Um deles é a Universidade Federal do Norte Fluminense (UENF).

O projeto das cutias é desenvolvido pelo Parque Nacional da Tijuca, em parceria com a UFRJ, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Fundação Parques e Jardins, Fundação Rio Zoo e Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz).


Fonte: Agência Brasil

Aeroporto do Recife ficará interditado durante as madrugadas

22/09/2014 17h23
Brasília
Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil Edição: Beto Coura
As obras de revitalização da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre (PE) serão retomadas na noite de hoje (22). Até o dia 6 de dezembro, os trabalhos serão feitos diariamente no período entre a meia noite e as 7h. Neste intervalo, a pista estará interditada, o que alterará 31 voos diários.

As mudanças de horário foram definidas de comum acordo entre a Infraero, representantes do setor de aviação civil, Ministério da Aeronáutica e a Agência Nacional de Aviação Civil.

Os passageiros que tiverem comprado passagens dentro do período de interdição da pista devem entrar em contato com a companhia aérea para obter informações sobre o remanejamento de horários.

Segundo a Infraero, as obras de revitalização da pista do Guararapes têm como objetivo manter os níveis de segurança nas operações de pouso e decolagem, e exigirão investimento de R$ 8 milhões. A previsão da conclusão de todo o serviço de revitalização é para fevereiro de 2015.

Fonte: Agência Brasil

Relatório da Unesco indica avanços dos países do Brics na área de educação

22/09/2014 17h11
Brasília
Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli
Relatório divulgado hoje (22) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) informa que os países que integram o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) colocaram a educação e a capacitação no centro de suas estratégias de desenvolvimento e têm impulsionado o progresso mundial na educação. O documento registra que os cinco países fizeram investimentos maciços em todos os níveis educacionais na busca de atender às necessidades de suas economias emergentes. Juntos, os integrantes do Brics ofertam educação para cerca de 40% da população mundial, segundo o relatório.

A publicação Brics: Construir a Educação para o Futuro buscou identificar os sucessos e desafios enfrentados pela educação nesses países e recomenda uma colaboração mais efetivas entre as cinco economias do bloco para acelerar o progresso na educação.

Apesar de reconhecer os avanços, o relatório indica que para alcançar o crescimento econômico equitativo e o desenvolvimento sustentável é preciso mais investimento na educação, com prioridade para a educação básica, superior e o desenvolvimento de habilidades. Alerta também para as disparidades entre as escolas que fazem com que as crianças mais pobres sofram mais com a baixa qualidade educacional.

Na educação básica, o relatório diz que Brasil, China, Índia e África do Sul devem alcançar a educação primária e secundária universal, reduzir as desigualdades na oferta e aumentar o rendimento escolar. “Os países também devem colocar maior ênfase na expansão de programas de boa qualidade em cuidados e educação na primeira infância”, registra.

Em relação a educação superior, aponta que a demanda por esse nível de ensino tem aumentado e os países do Brics devem expandir a oferta de educação superior e construir centros de excelência mundial em ensino e pesquisa.

Quanto ao desenvolvimento de habilidades, o relatório recomenda que sejam criados sistemas de desenvolvimento de habilidades complexas para que os países diversifiquem suas bases econômicas. Recomenda ainda a expansão e modernização da trajetória técnica e profissional do ensino secundário e superior e a expansão dos programas de formação que têm como alvos jovens e adultos carentes.

O relatório cita como positivas algumas iniciativas brasileirase, entre elas o Plano Nacional de Educação, que estabelece objetivos de aprendizagem explícitos a médio e longo prazo, e diz que o país tem planos ambiciosos para desenvolver a formação técnica e educação profissional e tecnológica. Cita ainda como positivo o sistema de cotas para estudantes de escolas públicas nas universidades federais e a decisão do governo de destinar 75% dos royalties do petróleo para a educação.

Entre as sugestões de cooperação entre os países do Brics para aprimorar os avanços na educação estão a união de forças para melhorar a qualidade dos dados educacionais; o compartilhamento de experiências na criação e implementação de avaliações nacionais de desempenho de estudantes e gerenciar a rápida expansão do ensino superior.

Fonte: Agência Brasil

Epidemia de ebola já matou 2.803 pessoas em três países africanos

22/09/2014 16h55
Brasília
Aline Leal - Repórter da Agência Brasil Edição: Nádia Franco
Enfermeiro da Libéria passa por descontaminação após ter contato com corpos de vítimas do ebola (Ahmed Jallanzo/EPA/Agência Lusa/ Direitos Reservados)
Após  cuidar  de  doentes,  enfermeiro passa  por processo de descontaminação na LibériaAhmed Jallanzo/EPA/Agência  Lusa/ Direitos  Reservados

Dados divulgados hoje (22) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o vírus ebola já matou 2.803 pessoas na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa, países que enfrentam uma epidemia sem precedentes da doença. Nos três países, situados na África Ocidental, já foram afetadas pela doença 5.843 pessoas.

A Libéria, onde morreram 1.578 pessoas, concentra mais mortes do que os outros dois países juntos.

Enquanto isso, a Nigéria e o Senegal tiveram casos importados da Libéria, da Guiné e de Serra Leoa. Na Nigéria, foram registrados 20 casos e oito mortes. O Senegal teve um único registro do ebola, seguido de morte.

Na República do Congo, onde os casos de ebola são desconectados dos de outros países, houve 68 registros da doença, com 41 mortes, incluindo oito profissionais de saúde que trabalhavam no combate à doença.

Fonte: Agência Brasil

Concessionária inicia obras em terminais 1 e 2 do aeroporto de Guarulhos

22/09/2014 16h39
São Paulo
Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso
A concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos anunciou hoje (22) o início das obras da segunda fase do plano de investimentos em infraestrutura do terminal, com a ampliação das áreas de check-in, de esteiras de bagagem, saguões de embarque e desembarque e de centralização do setor de raio X, onde são feitas inspeção de bagagem de mão e detecção de metal nos passageiros. A reestruturação nos terminais 1 e 2 permitirá que as áreas de circulação e corredores fiquem maiores, o que facilitará o trânsito dos usuários.

O presidente do GRU Airport, Antonio Miguel Marques, explicou que as obras começam no início de outubro e devem ser encerradas no segundo semestre de 2016. Segundo ele, como o terminal está funcionando, a obra foi detalhadamente planejada para evitar distúrbios aos passageiros. “Em alguns casos, o usuário sequer perceberá que o aeroporto está em obras. O planejamento foi cuidadoso. É uma obra que durará muito tempo, porque tem esse paralelismo com a operação”.

Marques salientou que, para as melhorias, todas as áreas administrativas serão removidas para outros locais. “Temos escritórios da concessionária e de companhias aéreas em áreas pouco utilizadas. A intenção é que essas áreas passem a ser produtivas”. A obra está orçada em R$ 200 milhões, recursos que serão financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com liberação ao longo do processo.

Na avaliação do ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, Guarulhos é um dos principais aeroportos domésticos do país. Segundo ele, o resultado de pesquisas mensais sobre o aeroporto mostra que a avaliação dos passageiros é muito ruim. “Por isso, nós e a concessionária achamos necessária a implementação do programa de reformulação e melhoria dos terminais 1 e 2, que servem aos voos domésticos. Queremos que os brasileiros tenham a mesma qualidade de serviço dos usuários dos voos internacionais”, ressaltou.

Para Franco, as mudanças previstas melhorarão fisicamente o aeroporto, assim como a qualidade dos serviços e os preços da praça de alimentação, motivo de frequentes queixas dos usuários. Conforme o ministro, a pesquisa também indica numerosas reclamações contra a limpeza dos banheiros dos terminais. Por isso, salientou ser essa a razão da inclusão dos sanitários no projeto de melhorias do aeroporto.

“O passageiro é o cliente. Ele tem de ter serviço de qualidade. Quando entramos em um aeroporto, podemos deixar de comprar roupas, joias e livros, mas sempre precisamos de alimentação e de banheiro. Então, é fundamental a qualidade do banheiro e concorrência nas praças de alimentação, de modo que os preços sejam compatíveis com o mercado”, acrescentou o ministro.

Fonte: Agência Brasil

França diz que está preparada para enfrentar ameaças do Estado Islâmico

22/09/2014 16h28
Brasília
Danilo Macedo* - Repórter da Agência Brasil Edição: Davi Oliveira
Depois de ter seus cidadãos ameaçados pelo grupo radical Estado Islâmico (EI), a França respondeu que não tem medo e está preparada para enfrentar as ameaças terroristas. O porta-voz do EI, Abu Mohamed Al Adnani, pediu hoje (22) aos muçulmanos, em mensagem difundida em várias línguas por meio da internet, para matarem “cidadãos dos países que participam na coligação internacional contra o Estado Islâmico”. “Matem um infiel norte-americano ou europeu – especialmente um rancoroso e imundo francês”, disse Adnani.

Na sexta-feira (19), a França realizou ataques aéreos a estruturas do EI no Iraque e se tornou o primeiro país a se juntar aos Estados Unidos na campanha aérea contra o grupo extremista, que tenta controlar regiões estratégicas para financiar seu projeto de recriar o califado, a forma islâmica de governo, extinguir as fronteiras e impor a sharia, a lei islâmica. O ataque aéreo contra um depósito logístico no Nordeste do Iraque atiçou a ira da organização contra os franceses.

O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, disse, em declaração transmitida pela televisão francesa, que “a França não tem medo” e “está preparada para responder às ameaças”. O representante do governo francês acrescentou que “esta não é a primeira vez que a França é ameaçada por grupos terroristas que atacam os valores da tolerância, dos direitos humanos e da democracia que temos defendido ao longo de séculos”.

Entre os milhares de voluntários que se juntaram à luta armada do EI, de dezenas de nacionalidades, estão muitos cidadãos franceses. Devido a disso, o governo do país tem se mostrado preocupado com o aumento do número de franceses combatendo do lado do grupo extremista na Síria e no Iraque e que, caso retornem ao território da França, representarão uma ameaça à segurança do país. Na semana passada, o Parlamento da França aprovou uma lei antiterrorista que prevê a proibição de viagens a todos os suspeitos de pertencer a grupos extremistas islâmicos.

Estados Unidos e França, nações que já estão realizando ataques aéreos a bases do EI, procuram apoio de outros países para formar uma coligação internacional contra o grupo radical que, segundo os líderes envolvidos, pode se tornar uma ameaça global se não for combatido.


Fonte: Agência Brasil

ENTREVISTA: Mauro Iasi propõe controle estatal sobre setores estratégicos

22/09/2014 16h20
Rio de Janeiro
Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil Edição: Nádia Franco
banner_eleições
Mauro Iasi, candidato do PCB à Presidência
Mauro Iasi, candidato do PCB à PresidênciaPCB/Divulgação

Historiador e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com mestrado e doutorado em sociologia, Mauro Iasi é o candidato do Partido Comunista Brasileiro (PCB) à Presidência da República. Entre suas propostas, destacam-se a adoção de um planejamento econômico com controle estatal sobre setores estratégicos, como energia, saúde, educação e transportes, a desoneração da renda do trabalhador e o aumento da tributação de grandes fortunas e patrimônios.

O candidato também é contra a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que, a seu ver, reduz a capacidade de investimentos públicos dos estados e municípios. Para uma reforma política, Iasi defende uma assembleia constituinte exclusiva, “eleita por critérios diferentes daqueles que hoje elegem o Congresso e em consonância com a vontade popular”.

Confira, abaixo, algumas das propostas do candidato que concedeu entrevista à Agência Brasilem sua casa, no Rio de Janeiro:

Agência Brasil: As estimativas de inflação oficial pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para o ano que vem estão em torno de 6,2%, próximo do teto da meta. Como o senhor pretende atuar para conter o aumento de preços?
Mauro Iasi: No Brasil, as políticas anti-inflacionárias estão hoje vinculadas ao chamado equilíbrio macroeconômico, e essa ficção, que é a chamada inflação em torno da meta, é que o Banco Central administra. Nossa proposta é retomar a ideia do planejamento econômico. O que temos hoje é uma economia de mercado que funciona sem freios, e o governo tentando, a posteriori, administrar os preços. Revertendo as privatizações, equacionando o problema da dívida pública e com uma política de investimentos para pensar a economia, com setores estratégicos controlados pelo Estado e pelos trabalhadores, teremos como resultado o equilíbrio de preços. E não o inverso: uma economia sem freios ou controle, tentando controlar os preços depois, o que resulta na situação atual, em que o única meio de controlar preços é produzir políticas recessivas. É preciso inverter essa lógica pela ideia de planejamento.

ABr: A redução de impostos, que tem sido usada para estimular a economia, termina com impacto nas contas públicas. Como manter o equilíbrio nessas contas sem reverter as desonerações? Qual a sua proposta para aumentar a arrecadação sem causar impacto na inflação?
Iasi: Em períodos eleitorais, a questão tributária no Brasil é analisada sempre pela ótica da redução, mas, na realidade, esse tipo de política tem distorções. Nessa política, 63,4% dos recursos arrecadados oneram os trabalhadores, pelo consumo direto ou pela renda do trabalho. Apenas 4% vêm das grandes fortunas. Muito menos do que isso vem, por exemplo, do Imposto Territorial Rural. Há uma distorção na concepção tributária, em conflito com os próprios princípios constitucionais, pelos quais o imposto tem de ser direto, progressivo, e não como hoje ocorre. Temos uma desoneração, uma renúncia fiscal muito grande como política de Estado, no que diz respeito às indústrias automobilística e de eletroeletrônicos, o que consideramos algo muito perverso, pois são setores altamente lucrativos. Não são setores que tiveram dificuldades para manter as taxas de lucro no período – o que ocorre é uma intensa remessa de lucros. Essas empresas arrecadam lucros exorbitantes e os remetem para fora, mas, no momento da crise, elas chantageiam o governo para manter os níveis de emprego, exigindo, portanto, renúncia fiscal. Para nós, é prioridade da política tributária a desoneração da renda do trabalho.

ABr: Este ano, com a baixa no nível dos reservatórios e a consequente necessidade de acionar as termelétricas, a energia acabou ficando mais cara. E novos reajustes estão previstos para o ano que vem. Apesar de todo o seu potencial energético, o Brasil continua com tarifas altas. O que fazer para evitar mais aumentos?
Iasi: A questão hídrica tem várias dimensões. não é apenas o potencial hidrelétrico. Em São Paulo, por exemplo, há uma grave crise de gestão dos recursos hídricos. Já alertávamos há 20, 30 anos sobre a maneira como se tratam os mananciais nesse estado. Não vemos essa situação simplesmente como a crise do regime de chuvas: é uma crise do modelo de gestão desses recursos, que são totalmente capturados pelas necessidades das grandes empresas, seja para resfriamento de turbinas, seja pelo próprio uso da água sem nenhum tipo de controle ou intervenção dos comitês de bacias. No longo prazo, isso levou à situação atual. Nos últimos 12 anos, as hidrelétricas tiveram prioridade absoluta no uso dos recursos hídricos. Cientistas, como o professor Ildo Sauer, alertavam que a proposta de geração de energia no Brasil estava extremamente desequilibrada e poderia gerar problemas no longo prazo. E o governo respondeu de que maneira? É necessária a produção de um volume de quilowatts para manter o crescimento, independentemente de gerar, ou não, impacto nos recursos hídricos. Sem contar muitas das hidrelétricas foram construídas sem um estudo ambiental mais profundo, tendo impacto social sobre populações ribeirinhas, indígenas, quilombolas. Na época, isso gerou muitos protestos. No ano passado, a presidenta [Dilma Rousseff] falou inclusive sobre a possibilidade de redução das contas de energia, e hoje o que se vê é uma situação de aumento delas. Criticamos esse modelo de gerenciamento – os comitês reguladores hoje são expressão dos interesses das empresas que privatizaram o setor. Nossa proposta é reverter o as privatizações no sistema elétrico. O que tem mantido as taxas altas é a pressão pela lucratividade no setor, e não o volume de recursos necessários para uma infraestrutura, para pensar em energia para o país.

ABr: Quais são seus planos para resolver gargalos de infraestrutura que persistem no país e afetam desde o escoamento da produção até a circulação de pessoas – como a construção de ferrovias, a manutenção de rodovias, a modernização do sistema portuário e a administração de aeroportos?
Iasi: O governo passado lançou mão do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que vinculava a política de investimentos às demandas mais imediatas, como vimos nos setores elétrico, de estradas, de armazenamento da safra e na estrutura de portos e aeroportos, em que se apostou na privatização. Como se os investimentos necessários à reativação de tais áreas estivessem necessariamente na iniciativa privada. É um quadro paradoxal, porque os concessionários privados presentes na infraestrutura atuam fundamentalmente com verbas públicas, que vêm do financiamento barato do governo, do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] e, às vezes, do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e de outras fontes públicas. [E eles acabam] investindo pouco recurso de fundos próprios. Com esses recursos do Estado, seria possível executar um plano de revigoramento da infraestrutura brasileira sem necessidade de privatização do setor. Vemos isso como perda de controle, por parte do Estado, dos investimentos e da natureza desses investimentos. Muitas vezes, temos um grande volume de recursos investidos em uma certa região que atende aos interesses do agronegócio e pouquíssimos recursos aplicados em setores essenciais à produção, à viabilização dos assentamentos da reforma agrária e à mudança no perfil das cidades quanto à política de mobilidade. As obras feitas até agora, tendo por pretexto os grandes eventos esportivos [Copa do Mundo e Jogos Olímpicos], favorecem as empreiteiras selecionadas – e, como sabemos, são poucas – e não um plano de revigoramento da infraestrutura brasileira. Também nessa área é urgente retomar o princípio do planejamento. Obras essenciais para a mobilidade pública são preteridas por outras que dão mais ganhos às empreiteiras. Um exemplo é o metrô de Salvador, com obras monumentais em vias públicas, viadutos e remodelamento de áreas da cidade, como a Barra, enquanto as obras do metrô, que são essenciais, ficam em um trecho de poucos quilômetros. A questão central na infraestrutura é a prioridade, que deve ser medido pela necessidade da população, e não das empreiteiras.

ABr: Diversos problemas relacionados à prestação de serviços pelas prefeituras [saneamento, fim dos lixões, pagamento do piso dos professores] têm ficado sem solução porque elas alegam falta de capacidade financeira ou de condições de produzir projetos executivos para participar dos programas do governo federal. Já os estados têm cobrado a renegociação das dívidas com a União e ajuda federal. Como o senhor pretende atuar na discussão do pacto federativo e quais são seus projetos para ajudar a solucionar essas questões?
Iasi: Uma das respostas dadas nas últimas décadas foi a Lei de Responsabilidade Fiscal, que, de certa maneira, engessou a capacidade de prefeituras e estados oferecerem serviços. A LRF estrangula fundamentalmente o gasto com pessoal. Inicialmente pensada para equacionar o problema da rolagem frequente das dívidas, essa lei acabou gerando resultado inverso ao que se esperava quanto à capacidade de investimento. Ela força a formação de superávits e a manutenção do pagamento das dívidas no serviço financeiro, dos precatórios, sem resolver o problema dos investimentos e tornando municípios e estados extremamente dependentes das políticas do governo federal. Acaba sendo um problema menos econômico e mais político, porque as prefeituras dependem do governo estadual e este do federal. E é uma arma política nos períodos eleitorais. Para nós, a LRF não é um mecanismo de saneamento financeiro, nem de aumento da capacidade de investimento dos estados, mas uma arma política na mão do governo federal, de controle dos estados, no sentido da execução orçamentária.

ABr: O senhor pretende rever a lei?
Iasi: Isso precisa ser revertido. Não digo nem retomar o pacto federativo no Brasil, porque duvido que ele tenha existido algum dia com esse sentido. É necessário pensar, no âmbito de um planejamento federal, na execução de programas de saúde, educação, mobilidade urbana e destinação do lixo como programas nacionais a serem executados por meio de uma combinação intensa entre municípios, estados e Federação. E fazer, de fato, uma Federação é pensar que estados mais ricos terão de perder receita em relação àqueles que têm mais dificuldade. Isso é um mito no Brasil. Qualquer tipo de pacto federativo para valer, onde o recurso seja pensado como um todo e daí redirecionado é visto como um crime contra a economia de cada um dos estados, o que acaba aprofundando as desigualdades regionais que há tanto tempo combatemos.

ABr: O debate sobre a reforma política se arrasta há anos e, recentemente, foi aprovado um texto que ficou conhecido como minirreforma. Pontos como o voto facultativo, a reeleição e o financiamento de campanha não foram aprofundados devido ao impasse em torno dessas questões. Qual é a sua posição sobre cada um desses pontos, e como o chefe do Executivo pode contribuir para que essa discussão efetivamente avance, respeitando a prerrogativa de independência entre os Poderes?
Iasi: O PT – no seu texto programático de 2002, aprovado em encontro nacional – defendia a reforma política como pré-condição para as reformas que pretendia fazer. O fato de essa reforma não ter ocorrido em 12 anos demonstra que o PT se acomodou ao chamado presidencialismo de coalizão. Não temos esperança de que este Congresso faça uma reforma política séria, porque eles [deputados e senadores] são os primeiros a se beneficiar da sistemática atual. O que se expressou na minirreforma política é uma reforma cosmética. Pegando por pontos: não é alterando a forma do voto nominal ou do voto em lista, do voto proporcional ou do voto distrital, que vamos mudar a natureza dos problemas que foram denunciados e se manifestaram nos protestos do ano passado. São medidas absolutamente superficiais. Não é à toa que questões como o financiamento de campanha e o voto facultativo ficaram fora dessa discussão e vão acabar tendo uma solução – se por acaso encontrarem uma – ainda que extremamente distorcida. Peguemos o financiamento privado de campanha. Posso proibir esse tipo de financiamento, restringir a questão ao financiamento público, mas, nos termos da minirreforma apresentada, isso é antecedido por uma draconiana legislação de organização partidária, que transformará os 30 e poucos partidos atuais em algo em torno de nove ou dez. Esses, sim, teriam financiamento público de campanha. Não é uma maneira de democratizar o acesso, e sim de concentrar ainda mais os recursos nas mãos de poucos partidos. Isso evidencia um flagrante conflito com o princípio da isonomia que a Constituição apregoa. A reforma proposta é para tornar mais racional o presidencialismo de coalizão, não para tocar na sua raiz. É possível a presidenta, ou qualquer que seja o chefe do Executivo, apontar nesse sentido? É possível. Existem instrumentos constitucionais para isso. Uma assembleia constituinte exclusiva, eleita por critérios diferentes daqueles que hoje elegem o Congresso, poderia criar, em consonância com a vontade popular, um desenho diferente de estruturação política do país. O problema é que tanto o atual governo quanto as alternativas que se expressam na linha de frente no campo da ordem estão muito comprometidos com suas bancadas no Congresso, principalmente o PMDB. Enquanto tal dependência não for rompida – e ela só poderá ser rompida por uma constituinte direta, eleita em local de trabalho, pela própria população, sem a mediação dos esquemas que hoje deformam a democracia brasileira, como o poder econômico, o poder dos grandes partidos hoje no governo –, não haverá reforma política que altere na raiz aquilo que foi demandado pela população no ano passado: a democracia direta.

ABr: O Brasil é apontado como um dos países com maior carga tributária no mundo. No Congresso, tramita uma proposta de reforma tributária que pouco tem avançado. Quais os planos do seu governo para equacionar essa questão e minimizar o desgaste político que isso pode gerar?
Iasi: Ainda que seja grande, a carga tributária no Brasil não é uma das maiores do mundo. Pelo contrário, no ranking, é um país com pouca carga tributária. O problema não é o peso da carga tributária, mas onde ela incide. A maior parte dos tributos incide sobre o consumo. As grandes fortunas e o patrimônio são pouquíssimo taxados. Tratar o salário como renda, recolhendo previamente um tributo para ser devolvido no fim do ano, penaliza justamente aqueles que não podem reagir, o que resulta em uma série de mecanismos que podem levar à sonegação. A parte que vem dos trabalhadores assalariados é cerca de dez vezes maior do que a que vem dos bancos, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. É aí que se concentra a maior parte da contribuição dos bancos, setor que tem hoje faturamento exorbitante. E essa desigualdade na tributação gera as principais distorções que queremos combater. É possível combater isso sem enfrentar resistências? Tenho certeza de que não, porque as pessoas sempre pensam na reforma [tributária] com os dividendos eleitorais, do atendimento às demandas apresentadas pelos que financiam suas campanhas. Se há um conjunto de empreiteiras, bancos e grandes empresas financiando campanhas, é evidente que não aceitarão mudanças que resultem em uma parcela maior do tributo para eles. É possível fazer uma reforma respeitando os princípios constitucionais vigentes, na medida em que você não se preocupe em ferir interesses privados. Se você não faz nada no Brasil para não ferir os interesses de quem financia sua campanha, a reforma tributária continuará no papel.

ABr: O Plano Nacional de Educação (PNE) é considerado uma grande conquista para o setor. Como o senhor pretende, em quatro anos, avançar nas pautas indicadas na lei, que compreendem desde a educação infantil à pós-graduação e incluem também melhorias na infraestrutura das escolas? Como pretende resolver a questão do financiamento?
Iasi: O Plano Nacional de Educação é um profundo retrocesso na educação pública, em vários aspectos, mas vamos apenas citar dois. Ele consagra o princípio pelo qual o Poder Público desvia recursos para o setor privado. Hoje temos um paradoxo em que o setor privado só existe no ensino superior, devido ao enorme subsídio do Poder Público por meio do ProUni [Programa Universidade para Todos], do Fies [Fundo de Financiamento Estudantil) e de outros instrumentos. É um contrassenso o setor privado funcionar apenas pela garantia da sua lucratividade, por um pesado subsídio público. A educação tem que ser integralmente pública. Os princípios debatidos por aqueles que pensam a educação no Brasil – e podemos remeter isso até a década de 30, no Manifesto dos Pioneiros, com Anísio Teixeira e outros – incluem uma estrutura pública capaz de garantir qualidade e universalidade a essa educação. É o nosso grande desafio. O PNE foi elaborado pelo setor privado do ensino, controlado por quatro ou cinco empresas, muitas delas profundamente vinculadas ao capital internacional, que formam um lobby poderoso das escolas privadas, e por institutos que dão a linha, inclusive metodológica e pedagógica, para a educação brasileira, como o Instituto Ayrton Senna, que tem poderosos interesses privados por trás, que se expressa, por exemplo, na entrega do ensino técnico ao Sistema S [formado pelo serviços Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Social do Comércio (Sesc), Social da Indústria (Sesi), Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac), Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e Social de Transporte (Sest)]. Isso é impensável para qualquer um que pense em um sistema público de ensino, principalmente em áreas importantes como a técnica e a tecnológica. Houve um encontro nacional de educação no Rio de Janeiro em que se fez um contraponto ao PNE, apontando a necessidade de financiamento 100% público e 100% dedicado à esfera pública, com uma proposta de ensino e aprendizagem que é negada nesse plano. No PNE, desaparece a relação ensino-aprendizado. É um plano de adestramento, de desenvolvimento de aptidões e técnicas, voltado muito mais para os anseios e necessidades da camada empresarial, e não da formação crítica e reflexiva, de uma educação integral, politécnica. Uma integração que desenvolva o ser humano em todas as dimensões. Somos contra o PNE. E os movimentos sociais, os sindicatos, o Andes-Sindicato Nacional [Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior], o movimento em defesa da educação pública estão elaborando um contraponto a esse plano.

ABr: O Brasil tem registrado uma expansão da educação e da inclusão de crianças, jovens e adultos em todas as etapas de ensino. Ao mesmo tempo, há falhas no ensino que aparecem em avaliações nacionais, como a Prova Brasil, e internacionais, como o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Como garantir o acesso e ao mesmo tempo melhorar a qualidade?
Iasi: O Banco Mundial fez uma avaliação no Brasil, décadas atrás, e constatou o que já sabíamos: enormes contradições no sistema educacional quanto ao acesso e à qualidade. Isso gerou como propostas, desde os governos de Fernando Henrique Cardoso, e infelizmente não foi alterado nos 12 anos de governo petista, uma lógica pela qual se corrigem os índices, mas não a educação. Se é criado um programa de aprovação e progressão continuada, diminuem-se os índices de reprovação. Quando se aumenta o acesso das crianças à escola, a malha escolar aumenta e caem os índices daqueles que estão fora da escola. Se você alfabetiza, diminui os índices de analfabetismo. Criticamos, há muito tempo, o fato de que essa forma de expansão, sem cuidar dos investimentos adequados, da qualidade, da metodologia, tem reduzido o número de analfabetos e aumentado do número de analfabetos funcionais. Aumenta-se a entrada das crianças na escola, mas aumenta-se também a evasão. Você aumenta o número de escolas, mas tem escolas superlotadas, com menor número de professores e salários baixos, como ocorre, por exemplo, com o ensino público no Rio de Janeiro. É uma realidade em que adequamos a política educacional às demandas e diretrizes do Banco Mundial. E não usamos o acúmulo que temos no pensamento crítico, no pensamento pedagógico-educacional do país, muito rico e, em vários aspectos, referência para a América Latina e para o mundo, para pensar nosso sistema educacional. Fomos, servilmente, moldando a educação aos parâmetros do Banco Mundial. Daí, o sistema de avaliação, que é um sistema vazio, mede índices, e não qualidade de ensino. É o caminho na contramão do que outros países fizeram, apostando em maior investimento na educação. Aqui, o investimento em educação é pífio. O movimento em defesa da escola pública lutava, no mínimo, por 10% [do PIB] para a educação. E o projeto apresentado pelo PNE remete o cumprimento dessa meta para daqui a 20 anos. Só para ter um dado: a Academia Brasileira de Ciências calcula que, apenas no setor da pesquisa e desenvolvimento da ciência, seriam necessários 2% em 20 anos para começar a resolver os problemas. Na educação brasileira, o problema é tanto de investimento quanto de concepção. Queremos romper com essa proposta de adequar a educação aos parâmetros do Banco Mundial. Se não fizermos isso, teremos uma fachada: melhora nos índices e piora sensível na qualidade da educação, que vai se refletindo cada vez mais em uma lógica geracional. Cada geração ficará num patamar inferior ao da que veio antes. Há estudos na universidade brasileira sobre educação básica mostrando que, depois do reajuste feito buscando a produtividade nos índices, a produtividade ficou menor, se comparada com a forma como era feita a educação há duas décadas. É necessário mudar radicalmente de rumo, e não é na direção que o PNE aponta.

ABr: A Constituição Federal de 1988 estabeleceu prazo de cinco anos para que todas as terras indígenas fossem identificadas e demarcadas. Passados 21 anos do fim desse prazo, pouco mais de 44% foram homologados. A falta de definição sobre essas áreas acaba sendo uma das principais causas do aumento de conflitos e da violência no campo. Como o senhor pretende resolver a questão da demarcação de terras indígenas?
Iasi: O atraso não foi por motivos técnicos, nem jurídicos. O que atrasou a demarcação foi o conflito com interesses econômicos de madeireiros, produtores de arroz, mineradores ou do próprio governo, quando pensamos, por exemplo, na construção de usinas hidrelétricas e na aprovação do uso daquele espaço para outros fins que não a demarcação. Essa lógica acabou criando um conflito que alcançou dimensões dramáticas, não apenas nos assassinatos de líderes indígenas, mas também na violência com que os grandes produtores rurais e madeireiros vêm se contrapondo à demarcação das terras. É uma situação dramática quanto à existência das nações indígenas em suas terras originárias. No caso das nações indígenas, não se trata apenas do número de hectares, mas de toda uma dimensão cultural envolvida, que tem sido frequentemente desrespeitada. As questões indígena e fundiária não se resolvem de maneira isolada uma da outra. É preciso pensar a questão indígena no conjunto de uma profunda reforma agrária, de uma mudança da política fundiária e no princípio de respeito à autonomia dos povos. Ainda tratamos as nações indígenas sob a lógica da ditadura militar, que é de tutela. Ainda que, juridicamente, isso tenha mudado, que tenha sido modificado pela Constituição, na prática, ainda não nos relacionamos com as nações indígenas com a autonomia que elas merecem. É preciso respeitar seus valores, sua história, suas terras ancestrais. A mudança de paradigma exige mudanças mais profundas que a mera demarcação. Ela remete diretamente à política fundiária e à reforma agrária, porque, senão demarcam-se terras e, no dia seguinte, haverá conflitos com os mesmos interesses que hoje tensionam e impedem a demarcação.

ABr: As grandes manifestações do ano passado, que começaram em São Paulo, trouxeram a reivindicação do passe livre no transporte público. É possível tornar essa reivindicação uma realidade? Como? Como o governo federal pode atuar para garantir melhorias na mobilidade urbana nos grandes centros?
Iasi: Na década de 80, houve várias experiências municipais de criação de empresas públicas de transporte, que mostraram resultados em algumas cidades. Em São Paulo e em outras capitais, já se ensaiavam experiências de passe livre – passes subsidiados de transporte integrado, de trens, metrôs e ônibus, ou tarifa zero, como foi pensado em alguns casos. Do ponto de vista da gestão e dos recursos, é perfeitamente possível. Na passagem dos anos 80 para os anos 90, houve uma reversão brutal disso. As antigas concessionárias pressionaram e conseguiram reverter municipalizações feitas no início dos anos 80, sob o pretexto de que era mais barato. As empresas poderiam estabelecer uma tarifa social, desde que houvesse uma gestão tripartite: concessionário privado entraria com os recursos, a renovação da frota e os custos de operação; o Estado, com subsídios para manter as tarifas numa realidade social aceitável; e a população, que seria a terceira parte, vigiaria isso. Falhou. Não só porque o transporte coletivo tornou-se lucrativo para as empresas, por um método que é extremamente nocivo para a população. Como o empresário opera para ter lucro no setor de transportes? Não renovando a frota como devia, priorizando linhas nobres e retirando ônibus da periferia. Ele faz isso achatando salário de funcionários, produzindo dupla função, como quando o próprio motorista cuida da catraca. Isso é nocivo tanto para os trabalhadores quanto para a população. Então, o Poder Público acabou subsidiando o setor, para que a taxa de lucro ficasse em patamares aceitáveis. Estudos mostram que os mesmos recursos aplicados pelo Poder Público poderiam garantir de imediato um sistema de transportes mais adequado às necessidades da população. É um tabu na gestão pública: o transporte custa dinheiro e o governo tem que desembolsar. Não é custo, é um gasto necessário a ser computado entre os gastos do Poder Público. Existem linhas que não dão lucro, mas são essenciais para a mobilidade urbana, serviços em que é necessária a renovação para manter a qualidade e que envolvem investimentos que não existe sem financiamento público. Por que o financiamento público não pode ir para um setor tão importante? Porque está comprometido com o serviço da dívida e estrangulado pela LRF. Se é um programa essencial e se é um direito, ele poderia ser feito – e aí não há como realizá-lo sem maior intervenção do Poder Público federal. Não se pode acreditar que os diferentes municípios garantam a homogeneidade de tal serviço apenas com recursos próprios. É aí que o pacto federativo deve funcionar de maneira incisiva. Os estados que têm mais condições podem garantir para seus municípios. E o poder federal precisa complementar para garantir um serviço que deve ser gratuito, pois é um direito, e não um serviço a ser vendido no mercado para dar lucro a um setor privado ou outro.

ABr: As unidades básicas de Saúde desempenham papel central na garantia de acesso à saúde. Dotar essas unidades de infraestrutura adequada e de profissionais suficientes é um desafio para o país, que tem hoje 5.570 municípios. Como garantir a manutenção de um sistema de saúde público, universal e gratuito e enfrentar esses gargalos? Como suprir a falta de médicos nas regiões mais isoladas?
Iasi: Aí, o planejamento também faz muita falta, porque houve um processo intenso de privatização no setor de saúde. Um princípio, a nosso ver, incorreto, em que parte da população pode e deve conseguir acesso aos bens e serviços do setor pela via do mercado, por planos de saúde. Isso, na suposição inicial, levaria o Estado a concentrar recursos onde eles são mais necessários, tornando a saúde pública [um serviço] de qualidade. As duas coisas estão falhando. Nem o setor privado oferece um bom serviço. São campeões de reclamação por parte dos usuários, os planos são caros, não cobrem o que prometem e mudam frequentemente a rede conveniada, criando uma situação de insegurança entre o momento em que se faz o plano e quando se vai usá-lo. Sem contar com cláusulas que acabam sendo impeditivas. Para ser lucrativos, os planos só querem pegar uma faixa etária, que tira as crianças e os idosos, e cobrar preços exorbitantes, quando se quer incluir essas faixas no plano. Enquanto isso, o setor público também carece de infraestrutura, de médicos e outros profissionais. E está sofrendo uma privatização, na medida em que o poder, para fugir da LRF, tem jogado os contratos de execução de serviços de saúde para organizações sociais (OS) e fundações. Isso gerou um caos na saúde. Temos uma tradição, que é a reforma sanitária, o movimento sanitarista, que pode pensar programas e projetos integrados de saúde, que comecem por redefinir a própria concepção da relação entre saúde e doença. Hoje a medicina é totalmente voltada para métodos curativos: espera-se o problema ocorrer para tratá-lo nas redes conveniadas privatizadas ou públicas. É preciso mudar essa concepção e ter uma política de saúde preventiva, pensar a saúde a partir de vetores como saneamento básico e educação, que é a raiz da proposta do movimento sanitário. O SUS [Sistema Único de Saúde] é só uma consequência disso. Ele foi praticamente transformado no único elemento da reforma da política sanitária e hoje está descaracterizado por uma privatização, terceirização ou quarteirização. O que acontece com as OS é que elas recebem verbas vultosas do Poder Público, o que já seria uma terceirização, e acabam sendo intermediárias de empreiteiras que contratam força de trabalho em vários setores, gerando aí a quarteirização. Isso acaba quebrando qualquer possibilidade de uma política consistente de saúde. Mais uma vez, apelamos para um estudo que levasse em conta o volume de recursos gastos para manter isso. E, mesmo que o volume de recursos ainda seja menor do que o necessário, já seria suficiente. Uma vez aplicado no setor público, com uma estrutura em que as pessoas sejam atendidas gratuitamente onde e quando precisam, teríamos um serviço de saúde público, universal e estatal. E se eliminaria a dependência do setor privado de subvenções para acabar prestando um péssimo serviço. Há exemplo disso não apenas em países socialistas, mas também no Canadá, na França e na Inglaterra. Quando se comparam os sistemas, vemos que é possível, embora custe dinheiro. Tem que ter recursos. Isso não é feito para que 43% do nosso orçamento sejam gastos com serviço da dívida, por exemplo, nem para que um volume considerável seja desviado tanto para o setor financeiro quanto para empreiteiras, ou em forma de subsídios para o agronegócio, que são setores econômicos altamente lucrativos e não precisariam de subsídio do Estado. É uma grande contradição que setores públicos essenciais não tenham o recurso necessário para se viabilizar. Na verdade, interessa não viabilizá-los, de modo a gerar uma demanda para que grandes corporações privadas usem isso como mercado. Também não nos espanta que, na lista dos financiadores de campanha, apareçam grupos de medicina privada. Eles têm um lobby para definir a política de saúde no Brasil.


Fonte: Agência Brasil